O manejo do campo é imprescindível para o controle dos vermes durante todo o ano, principalmente nos períodos de chuva, quando aumenta a incidência de casos
Quando o assunto é o controle de doenças, a verminose é, sem dúvida, um dos maiores desafios para a ovinocultura. Afinal, muitos produtores queixam-se sobre a resistência dos vermes aos anti-helmínticos e, por conta disso, acabam até desistindo da atividade diante dos grandes prejuízos financeiros que a doença causa na produção.
De acordo com o Médico Veterinário Manoel Cunha, membro do Conselho Deliberativo Técnico da ABCDorper, esta é uma época propícia à proliferação dos parasitas. Por isso, os produtores devem redobrar os cuidados a fim de se evitar a contaminação do rebanho. Sobretudo, o clima quente, a chuva e a umidade do solo aceleram o desenvolvimento das larvas que contaminam as pastagens e os animais.
“Antes de mais nada vale destacar que a verminose é causada, principalmente, por vermes gastrointestinais que se alimentam dos nutrientes do bolo fecal ou do sangue dos hospedeiros. Como resultado, o animal afetado pela verminose acaba perdendo peso, o que prejudica, consequentemente, em seu desenvolvimento”, explica Cunha.
Entre os principais sintomas estão a falta de apetite, anemia, cansaço e papeira no queixo do animal com consistência de esponja. Assim que o produtor notar qualquer um destes sintomas em seu rebanho, deve consultar um médico veterinário imediatamente. Contudo, entre os tratamentos mas comuns estão o uso de vermífugos e um acompanhamento suporte para a anemia.
Como prevenir?
Já diria o velho ditado popular: “melhor prevenir, do que remediar”. Na ovinocultura não seria diferente. Ainda mais se tratando de uma doença que causa grandes prejuízos financeiros. No entanto, medidas simples podem ajudar no controle da doença.
A princípio, é importante que o criador tenha todos os animais identificados a fim de manter o controle dos exemplares que já estão vermifugados. Depois, deve-se evitar, ao máximo a superlotação nos piquetes.
Com relação as pastagens, o Médico Veterinário Manoel Cunha orienta que os criadores as mantenham roçadas e livres de áreas alagadiças. Além disso, é indicado se aplicar o sistema de pastejo rotacionado, ou seja, dividir a área de pastagem em piquetes, que são submetidos a períodos alternados de pastejo e descanso.
“A utilização deste sistema pode trazer muitos benefícios ao sistema produtivo como um todo e, por isso, tem sido cada vez mais recomendada sua utilização”, explica o médico veterinário conselheiro da ABCDoper.
Por fim, Cunha ainda frisa mais algumas dicas a fim de se prevenir a verminose em rebanhos ovinos. São elas, a realização de exame de ovos por grama de fezes (opg), vermífugações periódicas e uso do método famacha, que nada mais é do que um recurso para o controle da verminose em ovinos.