Apesar de ter crescido em meio a criação do pai, Carolina Martins Caretta acabou desviando do caminho da ovinocultura na hora de escolher sua carreira, mas sua vida deu algumas voltas e, atualmente, é ela quem toca a criação no sítio em Monte Mor/SP
Como qualquer jovem, quando Carolina Martins Caretta foi prestar vestibular se deparou com algumas dúvidas. Primeiramente, por ser filha do ovinocultor, Edison Caretta, da Cabanha Luxor, sempre acompanhou o pai na rotina do sítio e nas exposições. Dessa forma, sempre teve uma conexão muito grande com os animais e, desde pequena, sonhava em ser veterinária. Mas, na hora de escolher sua carreira, se perdeu pelo caminho. Cursou Jornalismo, depois Marketing e, portanto, trabalhou por seis anos em uma empresa da área.
“Porém durante todo esse tempo não abandonei minha paixão pelos animais. Nem deixei de frequentar o sitio, frequentemente, com meu pai. Acompanhava a parte de manejo, melhoramento genético, inseminações e TEs”, conta Carolina. Então, depois da conclusão de duas graduações, decidiu fazer, enfim, veterinária e ainda assumir a criação de ovinos do pai na Cabanha Luxor, em Monte Mor/SP.
Sendo assim, para seguir nessa nova empreitada na medicina veterinária, a criadora conta que teve muito bons exemplos. Além do pai, é claro, que é sua eterna inspiração, alguns médicos veterinários, que nunca pouparam explicações para suas infinitas dúvidas, também foram determinantes. “Como o Dr. Leonardo Fernandes, Dr. Everton e minha inspiração de mulher na veterinária, Dra. Mariana Ricciardi. Ahh… tem o inspetor técnico da ARCO, Giancarlo, que sempre foi meu grande incentivador. E o Dr. Jose Raphael Pilz Borba, que sempre fez questão de me explicar sobre padrões da raça”.
Atualmente, paralelo aos trabalhos na Cabanha Luxor, Carolina mantém, junto a sócios, uma empresa de biotecnologia reprodutiva, a Embryoplus Brasil. Trabalho, aliás, que ela reproduz no dia-a-dia na criação de ovinos
Mulheres na ovinocultura
Para Carolina, a mulher na pecuária sempre foi um tabu, pois a pecuária sempre foi regida por homens. Talvez por ser um trabalho mais braçal, pesado, de acordo com ela. “Mas a mulher venho ganhando e conquistando espaço ao longo do tempo. Mostrou que a mulher também tem a capacidade de gerir e trabalhar com excelência em um mercado predominantemente masculino. Antes, veterinárias, em sua maioria, seguiam carreira em clinicas de animais de pequeno porte, porém, hoje, vemos mulheres em todos os segmentos da veterinária.”
Ainda existem poucas mulheres à frente da ovinocultura, mas, para a criadora, as poucas que existem no mercado desempenham seus papéis com excelência. “Percebo que já se quebrou bastante o tabu da mulher no agro. Digo tanto das mulheres criadoras, como das mulheres cabanheiras e veterinárias que estão nos bastidores dando todo subsidio para que a ovinocultura cresça cada vez mais em nosso país e no mundo”, enfatiza.
Questionada sobre o diferencial da mulher na ovinocultura, Carolina cita o perfil mais analítico, bem como o olhar sensível e criterioso, principalmente dentro da reprodução. “Talvez o lado ‘mãe’ nos torne um pouco mais atenta em relação a algumas coisas”, cita Carol. Já sobre como atrair mais mulheres para o meio, ela acredita que reportagens como esta possam ajudar muitas mulheres a perceberem que também são capazes e, assim, se aventurarem no universo maravilhoso da ovinocultura.
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Por Natália de Oliveira/Agrovenki
Crédito da foto em destaque: Arquivo Pessoal/Carolina Caretta
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