Dados da ARCO apontam que, nos últimos 10 anos, foram informadas 8.008 importações de material genético da raça Doper e 1.484 da raça White Dorper
Com o notável crescimento da ovinocultura, criadores de todas as regiões têm investido
cada vez mais em genética de ponta a fim de melhorar os padrões zootécnicos dos rebanhos e, assim, oferecer produtos mais rentáveis. E uma das maneiras mais comuns utilizadas pelos produtores, por meio de grupos ou mesmo associações, é a importação de animais vivos, sêmen ou embriões.
Das raças cujos criadores mais importam, segundo dados do Serviço de Registro Genealógico de Ovinos (SRGO) da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), destacam-se o Dorper e White Dorper. Nos últimos 10 anos, foram informadas 3.947 importações de sêmen da raça Doper e 1.162 doses da raça White Dorper, todas feitas da Austrália. Já quanto a importação de embriões, de acordo com dados da ARCO, da raça Dorper foram importados 4.061 embriões (95% oriundo da África do Sul e 5% da Austrália) e 322 da White Dorper (77% oriundo da África do Sul e 23% da Austrália).
Portanto, vale frisar que esses ovinos, assim como muitos outros, prosperaram devido à aplicação de tecnologia, através da importação de material genético. Afinal, Dorper e White Dorper são raças com aptidão para a produção de carne de excelente valor comercial e estão espalhadas por várias regiões brasileiras, em rebanhos significativos, nos quais foram agregados material genético, sendo 90% embriões que resultaram no crescimento e na melhoria das duas raças.
A concentração das raças, em sua maioria, se deu em São Paulo e na Bahia. Isso, porque suas características permitem adaptar-se aos mais variados ambientes, desde o frio rigoroso do Sul ao calor do Nordeste. Sendo assim, a distribuição geográfica e o desempenho dessas raças se devem ao desprendimento dos criadores de todo o Brasil no que diz respeito à busca por material genético qualificado.
Exportação de material genético brasileiro
A evolução das raças Dorper e White Dorper na última década comprova que os criadores têm realizado investimentos maciços em material genético para produção – visto antes apenas nos países de origem. Com isso, é possível afirmar que hoje o Brasil tem plena capacidade de exportação de ambas as raças.
Tanto que, atualmente, há uma discussão em andamento dentro da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos visando reverter os impedimentos burocráticos e sanitários com relação às exportações de ambas as raças, haja vista que a procura pelo material genético do Dorper e White Dorper brasileiro é grande, inclusive por países da América Latina, bem como da Europa.
Foto: Daniel de Araujo Souza